quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O CARNAVAL E SUAS TENDENCIAS

Este blog tem seis anos de duração e durante esse tempo sempre cuidou do Carnaval de Salvador, desde quando se iniciou  em Portugal e Espanha até os dias de hoje. Naquele tempo chamava-se entrudo e em nada se parecia com as festividades dos dias atuais. Em verdade, era uma autêntica barbárie onde mais se agredia do que se divertia com as pessoas jogando nas outras, água e outros líquidos, bem como frutas deterioradas de toda a espécie.

Entrudo

Guerra dos tomates na Espanha

Não se tem notícia de que esse procedimento era acompanhado por música de qualquer ritmo que proporcionasse ao mesmo tempo danças e cantos alusivos ao fato ou a outros. Em verdade, era apenas uma barbárie de muito mau gosto que infelizmente alcançou o Brasil e aqui teve prosseguimento, apesar do combate que a polícia procedia contra essa manifestação de mau gosto. 

Também esse blog acompanhou momentos de beleza e encantamento do Carnaval baiano como os desfiles dos carros alegóricos dos grandes clubes do principio do século passado:

Os bons tempos dos carros enfeitados

Foram os casos dos Fantoches, do Cruz Vermelha e Inocentes em Progresso.

Desfile de  grandes clubes da época


Ao mesmo tempo, surgiram os grandes blocos de percussão Filhos do Fogo, Filhos da Marinha, Filhos de Gandhi, Ladrões de Bagdá e tantos outros. As Muquiranas, ainda existente, e fazendo grande sucesso.

Filhos de Ghandi



Depois foi a vez dos blocos dos abadás: Eva, Internaconais, Clitets com Banana, Nana Banana, Corujas e tantos outros. Ressalve-se que todos eles usavam o mesmo modelo de fantasia (ou melhor camisa) e um short do dia a dia.Nacionalizou-se, desde que todo o Brasil veio atrás do Trio Elétrico, todos muito parecidos variando apenas na potência do som.
Aí inventaram o Trio Elétrico e o primeiro deles foi o pertencente aos Internacionais, muito embora anteriormente Dodô e Osmar saíssem às ruas com sua Cumbica. A eles deve ser creditado o sucesso da invenção. Filhos, netos e sobrinhos deram seqüência, especialmente Armandinho, um verdadeiro gênio da guitarra.




Depois foi um parar nunca mais e Salvador deve ter hoje para mais de 100 trios
Um detalhe importante de relação ao trajeto que hoje os trios têm no centro da Cidade é atribuida “invenção” aos Vassourinhas de Recife quando aqui esteve em exibição em 1950. Saíram da porta do antigo Hotel da Bahia e se dirigiram para a Praça da Sé, contudo, um acidente ocorrido com um de seus membros, interrompeu o desfile na Praça Castro Alves. Não seguiram pela Rua Chile como era de esperar,  interrompendo o desfile na Praça Castro Alves. 

Em 2008 teve inicio o chamado Carnaval da Barra, ou seja, o circuito Barra Ondina. Na oportunidade surgiram os primeiros camarotes. Posteriormente, bem nos tempos de hoje, o Carnaval se estende até a Praça da Sé e Pelourinho, mas um Carnaval sem Trio Elétrico, puxado a pé ao som dos atabaques. O ano passado começou o “ensaio” e tem tudo para ser um sucesso.


E o futuro que a Deus pertence? Para onde vai caminhar mais o nosso Carnaval? Rio Vermelho. Muito provavelmente, pelo menos até a Paciência. No local existem bons espaços. Temos a impressão que, quando a Prefeitura concluir as obras de revitalização da área, o Carnaval emigra para lá. Não vai adiante, porque daí em diante são caminhos estreitos que não deixam passar os veículos.


Deixamos por último a  “indumentária” do nosso Carnaval. A pior possível! Uma camisinha de qualquer cor que chamam de abadá e um short. O visual é o pior possível e quando juntas tornam-se uma mancha de qualquer cor.


Na hora do desfile são poucos os que cantam e muito menos os que dançam. Uma lata de cerveja na mão em direção ao camarote. Ai sim comem e bebem à vontade e até dançam, ou melhor, levantam os braços. Passam a tarde toda naquele espaço cheio de aparelhos de televisão computadores e dentro em pouco, estarão repletos de drones. Drone servindo pitza; servindo cerveja; mandando recado.Vamos lá!


Esse é o novo Carnaval da Bahia. Podem anotar.
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