domingo, 31 de agosto de 2014

RODA GIGANTE DA NOVA BARRA

Quando se instalou a “Roda Gigante” da Barra ao tempo da inauguração da sua revitalização, muitos pensaram que ela permaneceria ali no largo de forma definitiva tornando-o  ainda mais festivo. Sim! A Barra hoje é uma festa em todos os sentidos, desde o “Cooper” de todos os dias; do banho de mar das manhãs de sol; das manobras dos surfistas nas ondas vindas da ponta do Morro do Cristo ou do baba ainda nessas proximidades.

Não é ainda um centro “gourmet” como é o Rio Vermelho e a Pituba, mas com o tempo tende a se tornar. (O antigo Barra Vento está fazendo falta.)

Mas uma Roda Gigante permanente não seria um contra-senso?  Não estaria prejudicando o visual como um todo do local, especialmente a visão do Farol da Barra e seu forte ou efetivamente invadindo a privacidade dos moradores do Edifício Oceania?

Roda Gigante da Barra de dia e de noite

Em parte sim, mas este contraste vem ocorrendo em diversas partes do mundo, com resultados maravilhosos em temos turísticos que é sempre um dos objetivos da melhoria dos espaços urbanos, afora o bem estar da população como um todo.


Vejamos alguns exemplos:

Roda Gigante de Londres
A London Eye é a terceira maior roda-gigante do mundo e um dos pontos turísticos mais disputados de Londres. Possui 135 metros de altura. Foi construída para celebração da virada do milênio e tinha um tempo de existência pré-programado de cinco anos. Com o tempo ela se tornou um marco que nem a Torre Effel em Paris, que também seria desmontada após uma feira internacional.



Torre Elfel. Construída em 1889 por Gustavo Eifel.. Tem 324 metros de altura.


Pirâmide de Vidro do Louvre. Foi feita pelo arqujiteto Leooh Ming Pai e fez parte da revitalização da praça do Museu do Louvre. 

E no Brasil qual é a maior roda gigante que se conhece?


Denomina-se "Mirage" e se acha em Belo Horizonte

Mas qual é a maior roda gigante do mundo?
É a High Roller, recém inaugurada em Las Vegas. Tem 167 metros de altura.

Farol visto da Roda Gigante

Não poderíamos deixar passar a oportunidade de registrar algumas fotos da Barra tirada diretamente da Roda Gigante ali instalada (Fotos de Lilian - minha filha):


Av. 7 de setembro chegando no Farol - Visão da Roda Gigante

Rua Marques de Leão - Também visão da Roda Gigante

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

BARRA COM NOVOS E IRRETOCÁVEIS CONCEITOS

Sem dúvida alguma a revitalização da Barra foi de muita felicidade. O bairro estava aos “pandarecos”, ou seja, caindo aos pedaços, nos cacos. A última reforma mais ou menos significativa foi feita em 2008 quando se mudou os antigos passeios construídos com pedras portuguesas por cimento e granito.


Foi um “Deus nos acuda”. Houve até plebiscito entre os moradores. 69% se manifestaram pela mudança. Até o Instituto Histórico teve que se manifestar afirmando que a mudança dos passeios não tinha nada a haver com a história do local. Caetano Veloso também se manifestou contrário à mudança.

Já agora, entre final de 2013 e os sete ou oito primeiro meses de 2014, a Prefeitura corajosamente transformou tudo por tudo, mantendo apenas o formato das balaustradas e ninguém se manifestou contra o projeto.

O que teria havido? O povo teria se desinteressado pelo seu bairro? Porque não se fez um plebiscito? Porque nenhum artista se manifestou contra?

A resposta é simples. O projeto é irretocável. Moderno em todos os sentidos. Não só de relação aos passeios, mas também de relação aos trechos de circulação de veículos.


Mais uma coisa: ao contrário do que se imaginava em 2008 com a intervenção num simples passeio, os grandes ícones da Barra, o Farol da Barra, o Forte Santa Maria e o Forte São Diogo, ficaram mais bonitos, desde que realçados pelo seu entorno. 

Os três grandes ícones da nossa Barra

terça-feira, 26 de agosto de 2014

FALTA MELHOR CONVIVÊNCIA NA NOVA BARRA

Sem dúvida nenhuma a Barra está uma beleza! É uma nova Barra, absolutamente diferente da anterior. O Prefeito foi muito feliz!

 Mas (tinha que haver um porem), está faltando uma coisa muito importante no contexto : faltou o incentivo à convivência. O que seria isto? Convivência? Vejamos o seu significado bem amplo: “Ação ou efeito de conviver”- “Modo de vida em que se pode partilhar; “vida em comum; convívio diário”; “ação de coexistir (num mesmo local) de maneira harmoniosa”.

Ou seja, não há em toda a nova Barra um local onde as pessoas possam conversar, trocar idéias, tomar uma cerveja ou uma guaraná como se fazia antigamente ao tempo das barracas de praia.

Queiram ou não as pessoas, o Poder Público, ou quem quer que seja, as antigas barracas de praia na sua simplicidade em todos os sentidos, proporcionavam uma enorme convivência das pessoas. As pessoas paravam e conversavam nas suas dependências. (No Ceará não tem disso não). Era gostoso.  No “Cooper” praticamente cada qual está consigo próprio. Passa um pelo outro e nem se cumprimentam. Vagueiam. Os olhos fixos no horizonte das distâncias a alcançar. Autônomos, quase biônicos.

Por outro lado, a Barra não tem e nunca teve uma estrutura de bares e afins como tem, por exemplo, Copacabana no Rio de Janeiro onde as pessoas parram para tomar o excelente shop carioca. (Do lado dos Prédios). E se não bastassem, agora instalaram belos bares no próprio calçadão como mostram as fotos adiante:


Bares em Copacabana do lado da praia - Cadeiras de vime

Verdade que perto do Cristo funcionam duas casas que servem caranguejos, mas só abrem à partir das 11 horas, praticamente para almoço. Para completar a coisa, o Barravento, o melhor bar-restaurante do local, fechou as portas e arriou os panos ao vento. Felizmente o antigo "Bar Oceania", localizado nas proximidades do Farol, permaneceu funcionando. No Porto a situação não é melhor.

Enquanto isto, em Nova York, uma das maiores cidade mundo, permite-se a colocação de mesas em passeios, naturalmente dentro de um determinado espaço.


Restaurante em bairro italiano (Nova York)

 Em Nova York, uma das maiores cidades do mundo (maior em tudo), faz-se isso. Em Paris também.

Paris também

Mas vão acabar tomando todo o passeio. Não é bem assim! É só estabelecer os limites. Por outro lado, no caso do trecho entre o Edifício Oceania e o Barra Center, o pedestre tem toda a rua para andar, independentemente dos passeios. (Só não tem onde ficar).

Como prova de que não se pensou nesse detalhe, apontamos um espaço ao lado do Farol que poderia servir admiravelmente para que as pessoas curtissem melhor a nova Barra. Trata-se da área ao lado esquerdo do Forte. Antigamente, nesse espaço funcionavam quatro  barracas de coco.





Bem ao lado do Farol  uma excelente área para uma praça de "convivência".

Enquanto isto!

sábado, 23 de agosto de 2014

PRONTA A NOVA BARRA

Finalmente, ficou pronta a nova Barra, ou seja, o setor entre o Farol da Barra até o Largo do Porto, desde que, parte da Avenida Oceânica já havia sido entregue para a realização do Carnaval.




Sem dúvida alguma é uma nova concepção de rua ou avenida, principalmente no que se refere ao aumento da faixa destinada aos pedrestes (o dobro da anterior) sem elevação desse espaço (o chamado passeio).

Não gostamos, entretanto, dos piquetes de alumínio ou material parecido, como que disciplinando os espaços de circulação de pessoas e veículos. Poluiu o ambiente como um todo. São muitos! Muita gente vai se atropelar neles.



Piquetes por todos os lados

Foi feita a recuperação da rampa destinada  aos que se dirigem à praia. Anteriormente essa rampa também servia aos saveiros que se pintavam ou se recuperavam nesse espaço. Parece que não será mais permitido, bem como a descida de Jet-skis que necessitam de um veículo para seu transporte. Não vimos espaço para esta operação. Ainda de relação aos pescadores, ao que nos parece, funcionava ali uma "colônia" de pesca, haja vista, o grande número de embarcações de pesca fundeadas nas proximidades.



Chamou também nossa atenção a não recuperação do promontório que caracteriza a bela praia do Porto. Existe um buraco provocado pela força das marés e das ondas. A tendência é aumentar e provocar uma queda da bela proteção. Sua origem é secular.


Antigamente. Era uma formação natural. Um ancoradouro. A foto acima mostra o espaço fechado em V.


A rampa de hoje e o promontório não recuperado. Também não vimos a recuperação da escada que dá acesso ao mesmo.

Forte de Santa Maria - Antigamente no espaço anterior funcionava um estacionamento. 

Ainda o belo forte - A direita, dois postes de iluminação quebram a harmonia do local.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

OS CHAFARIZES DA CONCEIÇÃO DA PRAIA

É sabido, desde Tomé de Souza, da abundância de água potável (doce) em Salvador. Por exemplo, quando transferiu sua frota aportada no Porto da Barra (Vila Velha) para a Enseada da Preguiça em frente onde seria instalada a cidade de Salvador, procurou saber se no local havia água doce potável.

Claro que havia e ainda existe até os dias de hoje. No local funciona a Fonte das Pedreiras ou da Preguiça, construída em 1585.

Fonte das Pedreiras ou da Preguiça

Não se sabia, entretanto, que em frente à igreja da Conceição da Praia, foi instalado em 1853 um chafariz, conforme se pode ver na ilustração adiante:

Um belíssimo chafariz em frente à Igreja da Conceição da Praia
Mais completo
Se não bastasse tanto, em 1898 ( 8 de novembro) o senhor João Gomes, rico comerciante português, benemérito da Basílica de Nossa Senhora da Conceição da Praia, presentou a igreja com um chafariz confeccionado em Lisboa, todo em mármore. Fez questão de registrar a oferta em nome de sua filha Maria Emília Gomes da Costa. 

Chafariz do pátio da Igreja

Detalhe importante da peça - Lindo!

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

A PRAÇA CASTRO ALVES PELOS TEMPOS

Como é sabido, Salvador ao tempo de sua construção em 1549, foi cercada para se proteger de ataques tanto de índios quanto de corsários que à época corriam o mundo à procura de riquezas ou mesmo de água e comida. Seu acesso se fazia através duas portas, uma ao norte denominada Santa Catarina e a outra ao sul chamada Santa Luzia.

A porta de Santa Catarina ficava localizada no principio da atual Rua da Misericórdia e a de Santa Luzia ao fim da hoje Rua Chile.

 

Isto não quer dizer que os espaços próximos aos limites da cidade, não fossem

visitados ou pelo menos circulados pelas pessoas da época. É o caso, por exemplo, daquele onde hoje se encontra a Praça Castro Alves, desde que através dele os tripulantes das naus que aportaram na Enseada da Preguiça, alcançavam os limites da cidade que se instalava.

 

Nesse sentido, reportamo-nos à nossa postagem datada de 27 de novembro de 2013:

 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

ENSEADA DA PREGUIÇA - A FICÇÃO E A REALIDADE

 

De acordo com o que escreveu Gabriel Soares de Souza em seu Tratado Descritivo do Brasil, Tomé de Souza após aportar suas naus e caravelas no Porto (Vila Velha) não achou segura a permanência das mesmas nesse local. Vejamos o que escreveu o nosso primeiro cronista:

 

“Como Tomé de Souza acabou de desembarcar a gente da armada e assentou na Vila Velha, mandou descobrir a baía, e que lhe buscassem mais para dentro alguma abrigada melhor que a em que estava a armada para a tirarem daquele porto da Vila Velha, onde não estava segura, mandou descobrir a terra bem, e achou que defronte do mesmo porto era melhor sitio que por ali havia para edificar a cidade, e por respeito do porto assentou que não convinha fortificar-se no porto de Vila Velha, por defronte desse porto estar uma grande fonte, bem à borda da água que servia para aguada dos navios e serviço da cidade, o que pareceu bem a todas as pessoas que nisso assinaram’

 

Interpretando o que acima está escrito, inicialmente Tomé de Souza aportou suas naus no Porto da Barra (Vila Velha) e não achando seguro o local, mandou descobrir um lugar mais seguro dentro da “Baia de Todos os Santos” e o lugar escolhido foi a Enseada da Preguiça onde havia uma grande fonte de água doce. Logo acima estava o melhor sítio para instalar a cidade.

 

E a subida para os limites da cidade era feita pelas inclinações hoje das Ladeiras da Preguiça e da Conceição da Praia, obrigatoriamente passando pelo espaço onde hoje se encontra a Praça Castro Alves.

 

É sobre a mesma que vamos tratar, desde aquele tempo até os dias de hoje. Inicialmente no local funcionou uma feira de produtos diversos; aos domingos teria sido local onde se praticava touradas, a grande paixão portuguesa; fosse nos dias de hoje, teria tido a prática de futebol; na sua parte superior foi construído um dos maiores e belos teatros na época, o Teatro São João e a sua parte central foi destinada ora para monumentos, ora para chafarizes.

 


Ilustremos essa inclinação com fotos e ilustrações daquele tempo, procurando dar uma seqüência temporal:


 Teatro São João - No espaço em frente apenas um jardim com duas grandes árvores


Foto colorida  quase do mesmo ângulo já sem o gramado da foto anterior- Ainda não há registro de qualquer monumento ou chafariz em frente ao teatro.

Foto um tanto quanto enigmática. Porquê? Vê-se um monumento ao centro da praça. Teria sido o nosso pelourinho quando esteve nesta praça? É anterior a instalação de chafarizes em nossa cidade para abastecimento de água à população.


A praça já com um chafariz e no pedestal a figura de Cristóvão Colombo
O mesmo chafariz visto de outro ângulo - À direita à ladeira de São Bento e o grande mosteiro



Chafariz em homenagem à Lord Crokone(!?) instalado no Vale do Barris. Trata-se do mesmo chafariz que ostentava a estátua de Cristóvão Colombo na atual Praça Castro Alves. E que fim levou a estátua de Cristóvão? Instalaram-na no Rio Vermelho.


Bela estátua de Cristóvão Colombo


Homenagem à Cristóvão Colombo no Rio Vermelho - A figura poderia estar voltada para o mar. Seria mais condizente. Ele veio pelo mar para descobrir a América.

E esse monumento? Não há registro de sua existência na maioria dos trabalhos sobre a Praça Castro Alves. Ninguém sabe quem é o homenageado.

Já esta todos sabem. É o nosso grande poeta

Eu já não tenho mais vida!
Tu já não tens mais amor!
Tu só vives para o riso,
eu só vivo para dor.

Livros à mão cheia
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!


quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O PELOURINHO DE SÃO BENTO

De alguma maneira, podemos nos considerar satisfeitos em ter constatado que, efetivamente, existiu materialmente o “pelourinho” de Salvador. Isso só foi possível graças ao trabalho de um engenheiro militar, baiano, José Antônio Caldas, quando fez o chamado Prospecto de Caldas. Na sua visão de Salvador dos anos 1750, ele indica com dois traços o referido pelourinho na altura do Mosteiro de São Bento, ou seja, na ladeira que dá acesso à igreja. 




Prospecto de Caldas - Pelourinho:  número 68 - Indicado com seta e círculo amarelo

É muito pouco, poderão dizer muitos. Não considero assim! A sua importância está evidenciada no fato de ser uma prova material da existência do referido monumento. Tudo bem! Mas ninguém ficou sabendo do seu formato, de sua altura, de possíveis desenhos em alto e baixo relevos, etc. etc.  Tinha um pedestal? Possuía uma cruz ou um nicho no alto? Essa coisas de monumentos e de pelourinhos. 

Diante dessa carência, continuamos as pesquisas sobre a referida peça. Fotos, nem pensar. Ainda não tinha sido inventada a máquina fotográfica. Encaminhamos-nos para desenhos e gravuras e parece que encontramos fortes indícios do que procurávamos. Aliás, um único e bendito indicio.

Trata-se de uma gravura da Ladeira de São Bento, ainda sem calçamento, onde se vê algo parecido com um pelourinho. Graças ao recurso da informática, conseguimos ver até seus contornos. Fica provado que, efetivamente, este pelourinho andou por ali. 




Gravura da Ladeira de São Bento, ainda sem calçamento. Indicado pela seta vê-se uma coluna. Deve ser o nosso pelourinho.


Graças aos recurso da informática, conseguimos aumentar a gravura anterior e reproduzi-la e o resultado é uma imagem de uma coluna decorada com relevos e até um pedestal. É o pelourinho de Salvador.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

O PELOURINHO (PICOTA) EXISTIU MESMO - PROSPECTO DE CALDAS

Em postagem recente sobre o Pelourinho, famoso espaço de nossa cidade, dissemos que o “pelourinho” popularmente designado como picota é uma coluna de pedra colocada num lugar público de uma cidade ou vila onde eram punidos e expostos os criminosos.  

O  de nossa cidade foi inicialmente instalado na Praça Tomé de Souza; em seguida fora transferido para o Terreiro de Jesus; depois para as portas de São Bento; em seguida para as portas do Carmo e por fim para um largo adiante da Igreja do Rosário, até sua destruição em 1835 por decisão da Câmara Municipal.  

Já em outros estados da Federação seus pelourinhos foram preservados e há diversos registros dos mesmos, formato,  localização, e história. O de Salvador não, o que poderia resultar até na veracidade de sua existência, não fosse o engenheiro militar José Antônio Caldas, autor de um trabalho cartográfico denominado "Prospecto de Caldas" onde ele "desenha" a cidade de Salvador aí pelos idos de 1750. 

Ele numerou os principais edifícios, igrejas e monumentos de Salvador àquele tempo e o de número 68 indica a existência do nosso "pelourinho". Salve! Salve! Tinha uma certa altura. 

Prospecto de Caldas
 - A seta amarela indica a existência do Pelourinho em São Bento (68)

Prospecto de Caldas (complementação)

Este magnífico prospecto da Cidade do Salvador foi tirado pelo engenheiro baiano José Antônio Caldas, entre 1756 e 1758. Trata-se do mais importante trabalho cadastral da Cidade feito até então. Caldas era um profissional cuidadoso, engenheiro renomado e professor do curso de Engenharia Militar que funcionava no Forte de São Pedro, no século 18.  

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A ORIGEM DO PELOURINHO

Não deixa de ser curioso e até lamentável que o mais famoso “pelourinho” do Brasil, quiçá do mundo, consolidado como patrimônio da Humanidade pela Unesco desde 1985, não tenha preservado a coluna de pedra onde os criminosos eram expostos e castigados.

Sim! A palavra “pelourinho” se refere a uma coluna de pedra localizada geralmente ao centro de uma praça, onde criminosos e escravos eram expostos e castigados. 


Diz-se que o pelourinho de Salvador foi instalado no século 16, no limiar da construção da cidade na Praça Municipal, atual Praça Tomé de Souza. (Havia uma tendência de copiar as coisas de Portugal, onde os pelourinhos eram muito comuns). 


Pelourinho de Vila Real - Portugal


Pelourinho de Vila D'Ouro - Portugal

Posteriormente foi transferido para o Terreiro de Jesus. Ai os jesuítas não suportando os gritos dos torturados, providenciaram sua transferência para as Portas de São Bento. Depois, em 1807 foi deslocado para as Portas do Carmo e mais adiante para um largo acima da igreja do Rosário. Corria o ano de 1829. Por fim, em 1825  a Câmara Municipal resolveu destruí-lo. Infelizmente, não ficou registro de seu formato. Este blog registra com reserva que o referido pode ter sido o que se verá adiante entre grades.


 Uma suspeita

A seguir alguns pelourinhos ainda existentes no Brasil:

Pelourinho de Alcantara

Pelourinho de Ouro Preto
Pelourinho de Mariana

Todos belos. Será que o nosso também era assim? Acreditamos que não. Porquê? Os caras não teriam coragem de destruir tanta beleza, apesar dos horrores que ele simbolizava.