quarta-feira, 23 de outubro de 2013

NOVA BAIXA DOS SAPATEIROS

Noutro dia em uma de nossas postagens, comentamos as boas relações que estão sendo mantidas entre o novo Prefeito e o atual Governador, pelo menos no âmbito administrativo dessa cidade. Ambos estão interessados em resolver seus problemas de diversas ordens. No campo urbanístico, por exemplo, enquanto o Prefeito parte para fazer uma Nova Barra, como se está a dizer, o Governador segue na direção da nossa Baixa dos Sapateiros.

Duas importantíssimas obras para Salvador, a primeira com uma importância turística das mais significantes, além naturalmente, do prazer que vai proporcionar às pessoas que vivem nesta cidade.

Um dos trechos da nova Barra

 A segunda, de um cunho socioeconômico extraordinário. A Baixa dos Sapateiros foi o primeiro centro comercial da cidade ainda ao tempo da Rua Chile, contudo com características diferentes: a Dr. Seabra como é também conhecida, sempre foi voltada para o comércio mais popular.

As modificações da Baixa dos Sapateiros

Como se sabe, a Rua Chile se acabou em termos de comercio de moda quando se inaugurou o Shopping Iguatemi. Ninguém mais foi à bela rua. Hoje é uma rua de “passagem” e quem anda por ela o faz às pressas, desde que se tornou até perigosa. Contribuiu para a sua degradação, um incêndio em um dos seus maiores prédios e no local se fez um horrível terminal de ônibus.

Terminal de ônibus em meio à Rua Chile

Lembremo-nos um pouco dela. Foi inaugurada com esse nome em 1902 em homenagem ao Chile. Na oportunidade, uma bela  nau desse País, veio buscar os restos mortais de três componentes da embaixada desse País que morreram em Salvador em razão de uma epidemia. Fez-se uma grande festa. E a antiga Rua do Passeio mudou o nome para Rua Chile.


Rua Chile daqueles tempos ou próximo deles

De relação à Baixa dos Sapateiros, o mesmo destino ou até pior iria ocorrer com a mesma. Hoje, cerca de 40% de suas lojas se acham fechadas e a cada dia o seu comércio sofre com a queda das vendas.

Antiga Baixa dos Sapateiros ainda ao tempo dos bondes

Claro que vamos aproveitar a oportunidade para mostrar a Baixa dos Sapateiros de hoje com suas lojas se fechando:

Lojas se fechando

Ao tempo dos cinemas de rua, desde que ainda não existiam os atuais shoppings com suas inúmeras salas, a Baixa dos Sapateiros possuía três cinemas: Aliança, Pax e Jandaia. Vejam o estado em que se encontra o então grande cinema Jandaia:

Ruínas do antigo Cinema Jandaia

Agência do Bradesco  Baixa dos Sapateiros- Antigamente no local funcionava o Cinema Aliança

Da mesma forma como fizemos com a Rua Chile vamos contar um pouco da história da Baixa dos Sapateiros.

Primeiramente a origem de seu nome. Diz-se que teria sido chamada Baixa dos Sapateiros em razão da instalação no local de uma fábrica de sapatos por imigrantes italianos. Não se sustenta! Eram muitos os sapateiros instalados nas proximidades, principalmente no Taboão. Ainda existem alguns. Prova disso é que o comercio desse local é bastante inclinado para artigos de couro e suas variantes modernas de plástico, caracterizando suas origens.

Outra curiosidade sobre a verdadeira Baixa dos Sapateiros ou como queiram, sobre a primeira Baixa dos Sapateiros - era a sua verdadeira localização na atual Ladeira do Taboão ou Rua do Taboão. Ao final do século XIX a  Avenida José Joaquim Seabra - Baixa dos Sapateiros - não existia. No local passava o Rio das Tripas, afluente do Rio Camarogipe ou Camorogipe como se costuma falar. Pouco tempo depois o Rio das Tripas foi tubulado a uma profundidade de 7 metros e se fez uma rua. Chamava-se Rua das Hortas porque no local existiam diversas hortas. Esta rua também era chamada de Rua da Vala por abrigar uma grande vala por onde desaguava o Rio das Tripas. Nada de Baixa dos Sapateiros! A verdadeira, segundo muitos, fervilhava há muito tempo numa transversal da Rua da Vala em direção ao Comércio e ao Pilar onde funcionava o Cais Dourado, onde a cidade vibrava no máximo esplendor.








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