quinta-feira, 20 de junho de 2013

PASSEATAS E NADA DE NADINHA!


Mais uma vez este blog vai desviar de sua verdadeira finalidade, qual seja historiar a Cidade de Salvador, mas será que é mesmo um desvio comentar as passeatas que estão ocorrendo em todo o país?  Claro que não! Aliás, muito pelo contrário, seria até uma omissão imperdoável ficar calado e ausente nesse instante.  
Primeiramente, há que se considerar a gravidade das manifestações. Começou com um protesto contra o aumento de vinte centavos nas passagens de ônibus em São Paulo, ou seja, uma insatisfação localizada e restrita a essa cidade.
No dia seguinte, ainda na mesma cidade, as manifestações tratavam dos gastos com a construção dos estádios para a Copa do Mundo e já se reclamava da corrupção como um todo.
Ai a bolha foi crescendo e estourou em outras cidades do País não mais especificamente reclamando do custo dos transportes, desde que em muitas delas não houve nenhum acréscimo, mas focalizando a situação geral do País no que diz respeito à inflação, à corrupção como um todo, o desvio de recursos públicos, saúde pública, enfim, contra a improbidade de um modo geral.
À medida que os dias foram se passando, as manifestações foram engrossando, mas, estranhamente o governo não se manifestava. Dava a impressão que não era nada contra ele.
Afinal de contas era contra quem?
Nesse particular, culpa também tem os próprios manifestantes que não portavam nenhuma faixa ou cartaz contra esse governo, inclusive especificando nomes como era costume em outros tempos, inclusive uma que ficou célebre: dizia, simplesmente, FORA FHC. Na d'agora, a maioria dos cartazes faz referencia ao custo das tarifas dos ônibus; aos gastos da Copa; à corrupção como um todo; à saúde pública; e por ai vai, muito genericamente.
Nesse ínterim, o governo enfim se manifesta, primeiramente suspendendo os aumentos sobre as passagens dos ônibus e, logo em seguida, dizendo concordar com as manifestações dos passeantes (!?)
Vejamos um trecho  do que disse a Presidenta:

"Essa mensagem direta das ruas é por mais cidadania, por melhores escolas, melhores hospitais, postos de saúde, pelo direito a participação. Essa mensagem direta das ruas mostra a exigência de transporte público de qualidade a preço justo. A mensagem direta das ruas é pelo direito de influir nas decisões de todos os governos, do Legislativo e do Judiciário. Essa mensagem direta das ruas é de repúdio à corrupção e ao uso indevido do dinheiro público”, avaliou.
Chega ser contraditória a referida mensagem. Os manifestantes estão se aproximando dos estádios que foram feitos para a Copa, como se viu ontem em Fortaleza, a ponto dos torcedores que saiam da arena, muitos de outros países, ter que furar barricadas de manifestantes que ali se encontravam, justamente para reclamar dos gastos públicos na construção dos estádios em vez de aplicado em saúde e educação, por exemplo.
Nesse particular, vale citar o exemplo dos Estados Unidos quando da realização das duas últimas Olimpíadas nesse País: Los Angeles em 1984 e Atlanta em 1996.  As despesas decorrentes foram todas cobertas pela iniciativa privada, ou seja, empresas. O governo afirmou que não gastaria um “cent” e cumpriu com sua palavra.
E o que aconteceu no Brasil recentemente? Os Governos Estaduais se comprometeram arcar com todas as despesas com a construção dos estádios  (despesas públicas), mas ao final o Governo Federal teve que pagar grande parte dessas despesas, senão tomaria um pontapé no traseiro segundo dito do secretário geral da FIFA, senhor Jérôme Valcke.  

Mas, vamos aprofundar mais a questão: por que o Brasil além de sediar a Copa do Mundo de 2014, vai também sediar as Olimpíadas? Essa competição é muito mais complexa do que uma Copa do Mundo de Futebol, inclusive o País sede tem que construir uma “vila” para hospedar todos os atletas, afora outras despesas de construção de estádios específicos e adaptações de outros.
Falando em adaptações, vale salientar que as arenas de futebol construídas para a Copa do Mundo, somente irão servir para os jogos de futebol. Parece que o Brasil quis incluir uma pista de atletismo ao redor dos campos e a Fifa não permitiu, alegando prejuízo à proximidade do público.
 
Por outro lado, estádios que antes eram  complexos esportivos, como no caso da Fonte Nova que tinha um Ginásio de Esportes e piscinas, tiveram que ser demolidos em sua totalidade, porque também a Fifa não aceitava a “aproximação” desses conjuntos. É mole?
 
Pois bem, o grande responsável pela vinda desses certames – Copa do Mundo e Olimpiadas – para o Brasil foi o ex-presidente que praticamente elegeu a atual Presidenta e faz parte do mesmo partido.
 
Será que o povo esqueceu disso? Certamente que sim, desde que não houve nenhuma referência nas diversas passeatas.
 
Na oportunidade, eis o que disse o ex-presidente sobre esse feito:
 
 "Do fundo do coração, hoje é o dia, talvez, mais emocionante da minha vida (...) senti muito mais orgulho de ser brasileiro do que eu já sentia (...).
Eu, na verdade, não ganhei do Obama: foi o Rio de Janeiro que ganhou de Chicago, de Madrid, de Tóquio (...). O Brasil saiu do patamar de patria de segunda classe e entrou no patamar de país de primeira classe. Eu acho que hoje o Brasil conquistou sua cidadania internacional.
Estocolmo!
No mais, ficamos sem entender nada de nadinha, isto sem falar na corrupção julgada e condenada pelo TSJ e aceita pelo povo, ou seja, a mesma corrupão citada pela senhora presidenta. Corrupção de gente de seu partido, na maioria dos casos.
 


 
 

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