sábado, 1 de junho de 2013

A VIDA ENTRE 1940 E 2013 - DEPOIMENTO


Lembramo-nos que já com 8 a 10 anos nossa família foi morar no Canta Galo, em frente ao mar. A Fratelli Vita ficava a 100 metros de nossa casa. Costumávamos apanhar na areia pedaços de vidro colorido que os operários jogavam fora.  Temos a impressão que eram peças que deram erradas no sopro de seus tubos de modelagem. Fazíamos coleção. Outra diversão muito frequente era assar bacalhau na praia. Pegávamos pedaços de bacalhau nos armazéns dos espanhóis; lavávamos na água do mar para tirar um pouco do sal e tocávamos fogo feito a partir de gravetos. Quatro pedras faziam o assador.  Hoje chamaríamos de churrasqueira.
Bacalhau
 À noite a brincadeira era se esconder atrás de montes de areia. Quando um achava o outro era a vitória comemorada com gritos de ambos. Também jogávamos gude. Cada qual tinha o seu saco amarrado na cintura. Colocamos uma delas a certa distância e procurávamos acertá-la. Se almejada, a gude era do atirador.

 Se nadávamos? Claro! Todos os garotos eram exímios nadadores. O mar estava ali na frente de suas casas. Se pescávamos? Também! Praticamente todo o garoto daquele tempo tinha sua flecha com um anzol na ponta de uma linha de fio grosso (ainda não se conhecia o nylon). Ficávamos com a água na altura da canela e arremessávamos a armadilha. Como não tínhamos camarão, usávamos pedaços de carne. Os carapicus eram nossos fregueses.
 Se estudávamos? Claro! As escolas ficavam perto na Rua Barão de Cotegipe. A primeira da Professora Risoleta. Depois fomos alunos de um major da polícia. O uniforme era de escoteiro. Dormíamos cedo, por volta das 20 horas. Ainda não existia televisão e o rádio era de uso dos pais. Eram aparelhos de bom tamanho. Ficava sempre na sala em cima de uma peça.

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