sexta-feira, 20 de julho de 2012

NEM SÉ NEM BONDE

É quase inacreditável a transformação que ocorreu onde hoje é a nossa Praça da Sé. Atualmente ela é assim:
Em anos anteriores era assim:





Mas não estamos nos reportando a essa preciosidade fotográfica só para isto que já seria bem interessante. Queremos conduzir nossos leitores para algo bem curioso que esta foto nos revela. Os quarteirões de casas, aliás, boas casas, que existiam entre as duas igrejas. Diz-se que eram quatro quarteirões. O quarteirão que dava para o topo da encosta, entre as duas igrejas, é nitidamente visto na foto em questão. Percebem-se também outras casas atrás desse privilegiado quarteirão, desde que tinha a vista para o mar. Por conseguinte, o hoje Pelourinho, tinha inicio nesse local e em sendo mais próximo do centro da cidade, entre as duas principais igrejas da época, era constituído de belíssimos casarões de propriedade das famílias mais ricas. E por que não se conservou tamanha preciosidade arquitetônica, formada pela igreja e os casarões? Quase dobrava a capacidade do Pelourinho de hoje. Interesses financeiros principalmente, a chamada Corporocracia, neologismo derivado da palavra inglesa “corporatocracy que descreve o governo de uma sociedade que é capturada por pessoas que tomam decisões favoráveis às “grandes corporações”. E foi assim que em 1933, a igreja foi demolida para dar lugar aos trilhos dos bondes da Companhia Linhas Circular de Carris da Bahia. No bojo da destruição, foram também os quatro quarteirões de casas que formavam o bairro da Sé, chamemos assim. Hoje os bondes não mais existem em Salvador e a Bahia perdeu para sempre grandes referências arquitetônicas, um patrimônio inestimável. Mas os bondes eram um transporte inviável? Não é verdade. Muitas cidades do mundo, mantêm esse sistema de transporte que é econômico e charmoso, como, por exemplo, Bruxelas e Varsóvia. 

 


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