terça-feira, 12 de junho de 2012

O SÃO JOÃO DE ANTIGAMENTE EM SALVADOR

Junho é o mês das chamadas festas juninas ( Santo Antônio, São João e São Pedro. Em Salvador de antigamente, século passado, essas festas tinham uma grande força popular com destaque maior para o São João. Em verdade, toda a cidade festejava a data, mas o grande destaque dos festejos acontecia em Itapagipe. Por quê? Como se sabe, no século passado, entre 1920 e 1960, Itapagipe se tornou como que um balneário de Salvador ou, no mínimo, um centro de veraneio de milhares de famílias que residiam na Cidade Alta. Para se ter uma ideia dessa preferência popular, até o Governador se transferia desde dezembro para Itapagipe (Era alugado o Solar Marback para tal) e lá ficava até o mês de março). Também o Arcebispo procedia da mesma maneira, quando permanecia por três meses nos anexos da Igreja da Penha.


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Embora a época do veraneio fosse os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, muitos dos veranistas já tinham construído residências próprias que no São João e São Pedro eram ocupadas e se faziam grandes festas juntamente com os itapagipanos residentes. A maioria se caraterizava com vestimentas alusivas aos festejos; as casas se enfeitavam; colocavam-se folhas de pitanga pelo chão; eram feitas canjicas e bolos; abasteciam-se de bebidas, principalmente licor de jenipapo; em frente a cada uma delas era armada uma fogueira e a Prefeitura enfeitava todas as ruas com bandeirolas de papel.

 


Era costume também as visitas de grande parte dos moradores aos vizinhos, mesmo que não tivessem tido relações anteriores. Passavam a ter na oportunidade, dentro de um conceito de confraternização hoje inexistente ou quase impossível. Também era costume a queima de Adrianino e Carumuru, bombas (1,2 e 3), cobrinhas, pistolas, vulcões, fósforos coloridos, traques, carretilhas, rodinhas, estrelinhas, fósforos coloridos, foguetes de flecha e tantos outros que a memória não deixa lembrar. Mas a grande emoção da época, era os balões, não somente no momento de soltá-los para ganhar os céus, mas desde os instantes que eram feitos pelos próprios soltadores, desde a compra do papel de ceda e a farinha de goma, o gaz ou a parafina e a estopa para a bucha impulsionadora do grande vôo.

 



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