quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

DIA DA CONCEIÇÃO DA PRAIA – 8/12

Estamos tratando este mês das festas da Bahia. Fizemos uma postagem dirigida ao Dia do Samba (02). Logo em seguida, escrevemos sobre o grande dia 4, Dia de Santa Bárbara, nossa querida protetora. Hoje vamos nos ater com Nossa Senhora da Conceição e as comemorações do seu grande dia (08).
É a espetacular sucessão de festas da Bahia que já terá prosseguimento no dia 13 com Santa Luzia.
Até meados do século passado, estendendo-se possivelmente até 1970, a festa da Conceição da Praia tinha uma freqüência extraordinária com a participação, inclusive, do melhor de nossa sociedade. As famílias desciam o Elevador Lacerda (os que moravam na Cidade Alta) e enquanto os mais velhos saboreavam os deliciosíssimos pratos da culinária baiana nas barracas que se armavam no largo em frente e ao lado da igreja, os mais jovens circulavam entre fileiras de tantos outros na gostosa paquera daquela época: paquera de sorrisos e olhares à distância.

Com o passar dos tempos, a freqüência mudou de ares. A noite foi tomada como que de assalto por mulheres de vida fácil que passaram a morar nas redondezas, aliás, mais rigorosamente, nos casarões da própria praça. Tudo bem! Faz parte da degradação que tomou conta de toda a área do Comércio, mas há de se lamentar o afastamento da maior parte da população que lotava o grande largo.

Só há uma melhora, aliás, uma acentuada melhora, na manhã do próprio dia 8, quando da realização da procissão que circula pelas ruas do Comércio. A procissão sai da igreja da Conceição e após o Elevador Lacerda, faz uma parada na Igreja do Corpo Santo onde as imagens de São josé e do Deus Menino se integram ao cortejo. Antes e após a procissão, são realizadas diversas missas.

Devido à importância do Senhor do Bonfim, julga-se que o grande Santo é o padroeiro da Bahia. Não é! Esse título pertence a Nossa Senhora da Conceição desde 1971.

Tem uma razão. A igreja da Conceição da Praia foi uma das primeiras igrejas erguidas em Salvador, ainda a mando de Tomé de Souza e o louvor a Nossa Senhora da Praia data de 1550. Nesta época, praticamente Salvador estava se formando como cidade. Construíam-se os primeiros prédios na Praça Municipal, sede do governo, prefeitura, cadeia pública, as próprias residências e logo em seguida o governador mandou erguer uma ermida nas proximidades da Praia da Preguiça, tendo ele próprio, segundo consta, ajudado na construção. Esse fato que é citado em muitas publicações como algo apenas curioso e normal tem, em verdade, uma importância muito grande. Gente, o próprio governador se interessando particularmente pelo feito, ajudando na obra. Não é coisa simples e comum!

Afim de que essa construção fosse possível fez-se um acesso a partir da porta sul da cidade – Porta de Santa Luzia – hoje esquina da Rua Chile com Praça Castro Alves – resultando dessa providência a atual Ladeira da Conceição da Praia, hoje absolutamente mal tratada, caindo, ou melhor, descendo aos pedaços.




Naturalmente que a grande igreja passou, ao longo dos anos, por várias reformas até chegar ao seu atual aspecto.

Após ser elevada à Matriz da Nova Freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Praia em 1623, as confrarias do Santíssimo Sacramento da Imaculada Conceição decidiram por fazer uma grande igreja. Corria o ano de 1736. Não havia recursos suficientes até que a família Saldanha Albuquerque resolve proporcioná-lo e em 1739 as obras tiveram inicio.

Aqui vale um parêntese afim de que saibamos quem foram os Saldanha Albuquerque.

Sem eles nada seria possível. A ordem econômica não mudou muito.

Foi um nobre português nascido em Lisboa em 11 de janeiro de 1712. Era mais conhecido com Conde de Ega. Antes de ser nomeado Vice-Rei da Índia aportou no Rio de Janeiro onde deixou inúmeros descendentes que se espalharam por todo o Brasil, principalmente no nordeste.



As plantas foram feitas pelo engenheiro militar Manuel Cardoso de Saldanha, sendo que o executor dos materiais foi o mestre pedreiro Manuel Vicente. O mestre pedreiro arquiteto Eugênio da Mota, de Portugal, preparou as pedras e acompanhou seu transporte para Salvador, ficando responsável também pela edificação do monumento.
Conta-se que algumas delas se perderam num naufrágio. Foi necessário encomendar outras. Imagine o trabalho que deu para saber a numeração das mesmas.
Aqueles que quizerem maiores detalhes sobre esta importante igreja da Bahia, poderão acessar nossas postagens datadas de16 a 19-12-09 – 6 postagens. Tem muito coisa sobre essa importante igreja de nossa cidade e sua grande festa.

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