quinta-feira, 31 de março de 2011

LADEIRA DA BARRA

Hoje em dia uma pessoa que esteja no Largo da Vitória e deseja alcançar o Porto da Barra, estando a pé ou usando um veículo, é só descer a Ladeira da Barra. Simples e rápido1 São apenas 860 metros. Mas, antigamente, não era assim tão fácil. Ao que tudo indica, o cara tinha que fazer uma grande volta. Entrar pela Rua da Graça; alcançar o Largo do mesmo nome; dobrar pela Av. Princesa Leopoldina e pegar a Av. Princesa Izabel. Após toda essa andança, chegar ao Porto e já que estamos falando de antigamente, em Vila Pereira ou Vila Velha, naturalmente. No caso são 1800 metros, ou seja, cerca de 110% a mais.
Em traço amarelo a Ladeira da Barra entre o Largo da Vitória e o Porto. Em traço vermelho o caminho pela Graça.

Mapa da área

Mas o que nos leva a pensar assim? A convicção de que a Ladeira da Barra só ia até o princípio do elevado onde se encontra hoje a Igreja de Santo Antônio da Barra। Após isto, existia um paredão rochoso que isolava a Praia do Porto da hoje grande ladeira.

Vejam esta foto:

Esta foto é apresentada como sendo a Ladeira da Barra e realmente o é, contudo não nos deixemos enganar pelo seu trajeto. Inicialmente, vamos destacar os principais ângulos da mesma até que cheguemos às conclusões definitivas. A enseada à esquerda é a antiga Praia dos Índios na Vila Pereira, onde hoje está localizado o Iate Clube da Bahia. Na encosta do morro que dá para a enseada vê-se bem claramente o Cemitério dos Ingleses, já murado e na mesma direção uma residência, talvez a sede do próprio cemitério. À frente do muro e da residência, sobe a Ladeira da Barra que se curva ao alto em direção ao Largo da Vitória. Agora mudemos nosso foco de observação para o declive de onde foi tirada a foto. Essa é a Ladeira de Santo Antônio da Barra, ainda mais rústica do que a própria Ladeira da Barra. Ainda não havia sido construída a igreja que lhe dá uma grande peculiaridade. Vejamos a grande modificação introduzida por volta de 1900 através outra foto também preciosa:



Foi feito um corte no morro। Construiu-se uma balaustrada e foram colocados postes de iluminação. Aí, a ladeira tem seqüência até o Porto.
Vamos fazer algumas constatações dessas modificações através outros ângulos de observação. Primeiramente pelo mar, graças a uma magnífica tela do pintor Henrique Passos. Esse grande artista pintou a antiga Salvador de forma extraordinária. Suas telas são magníficas.


A tela mostra a enseada a partir do mar; as residências ao alto do morro, inclusive os cinco coqueiros que se vê no paredão rochoso a que nos referimos na foto original, bem como dois grandes casarões। No alto do morro a igreja. Ela ilustra muito bem parte do que estamos falando। No futuro, O Yacth Clube da Bahia aí se instalaria na baixada. A segunda constatação se fará através uma preciosa tela da Praia do Porto, aí pelo século XVII
Praia do Porto – XVII
Como se vê, não existia ainda o princípio da Ladeira da Barra. No local, a mesma mataria da primeira grande foto e da tela de Henrique Passos. A mata Atlântica, com árvores que se elevavam até quase a altura da igreja, muito provavelmente seria o Morro do Clemente que se estendia até aí. É uma dedução absolutamente lógica para quem conhece o local. Pelo visto, quando a Ladeira da Barra conseguiu seu escape pelo Porto, todo o conjunto de casas em frente à praia foi demolido para poder ser feito o atual prolongamento da avenida neste local. Achamos que a conclusão final e definitiva, o xeque-mate é o desenho que veremos adiante de autoria da senhora Maria Graham:





Reprodução do magnífico desenho।

Apresenta a Igreja ao alto। Ainda não existia o Forte de São Diogo e o destaque maior é o elevado que se estende em frente à Igreja. Não há sinal de ladeira. Sem dúvida que é um elemento urbano que sempre se destaca.

Esta constatação empresta à Caramuru e aos índios da tribo de sua mulher, uma importância mais do que significativa aos acontecimento daquela época. Tornando-se a Graça, onde habitava os tupinambás, passagem obrigatória para quem vinha do Porto da Barra – Vila Pereira – claro que os índios deviam se aproveitar dessas circunstâncias para impor determinadas condições no fornecimento, por exemplo, de água. O escambo devia ser sempre favorável a eles e não importava a nação. Nesse sentido, conta-se até uma história: A Ponta do Padrão onde é hoje o Farol da Barra, marco de posse dos portugueses da nova terra, não era considerado pelos franceses que a chamavam de Ponta do Diogo, em homenagem ao grande amigo dos gualeses. Os espanhóis também deviam usar outro nome- Extremidad del Alvarez, por exemplo. O fato é que, naquela época ninguém era de ninguém.


Farol da Barra – Ponta do Padrão

Américo Vespucci junto com Gaspar de Lemos instalaram o padrão de posse no Farol da Barra

Não se sabe ao certo onde se encontra o marco colocado por Américo Vespucci no atual Forte de Santo Antônio – Farol da Barra. Tem-se a impressão que a fortaleza foi construída sobre ele. Já em Porto Seguro o marco de posse daquela terra está devidamente exposto em redoma de vidro na praça diante da Igreja de Nossa Senhora da Penha. Ele foi feito em mármore com a Cruz de Avis esculpida num dos lados, do outro as Armas de Portugal. Possui 2,5 m de altura. Acredita-se que o de Salvador tenha tido as mesmas características.
Monumento de posse de Porto Seguro

terça-feira, 29 de março de 2011

LARGO DA VITÓRIA

O Corredor da Vitória sempre foi um lugar privilegiado hoje como ontem. No que se refere aos tempos atuais, ostenta em seus espaços, magníficos e esplendorosos edifícios com frente para o mar, dele se beneficiando da melhor forma possível. Seus moderníssimos periféricos desembocam em píeres que avançam pelas águas à dentro, formando como que um praia de cimento armado onde, ocasionalmente, atracam belíssimas lanchas e escunas. Um luxo! Antigamente, era apenas um corredor ( daí o seu nome) por onde se ia do centro da antiga cidade até a Vila Pereira na Barra. Não tinha outro caminho! Ele começava no Campo Grande e terminava no atual Largo da Vitória. Algo assim:

O interessante e curioso nesse trajeto é o fato de que o Largo da Vitória é bem mais antigo do que o Campo Grande. Este é do século XVIII com muito boa vontade. Já o Largo da Vitória é de 1534, ou seja, 15 anos antes da fundação da própria Cidade de Salvador por Tomé de Souza em 1549. Mas como se explica isto? Vamos aos fatos: Américo Vespucci esteve mapeando a Bahia de Todos os Santos em 1501. Em 1509 foi a vez de Diogo Álvares Correia chegar em circunstância trágicas. A nau francesa em que viajava naufragou nas imediações do Rio Vermelho, mas o homem se salvou em meio a milhares de índios possivelmente antropófagos que o esperava na praia. Um milagre! Mais adiante, em 1526 aportava em nossas terras o primeiro capitão donatário, Francisco Pereira Coutinho. Este fundou a Vila do Pereira ou Vila Velha como também era chamada. Essas duas personalidades da nossa história, o Capitão Pereira e Caramuru, foram elementos de incentivo para o surgimento do Largo de Vitória e sua igreja mais do que secular. Claro que os habitantes da Vila Pereira como os índios da Graça, onde se estabeleceu Diogo Álves, duas localidades próximas ao Largo da Vitória, davam a garantia para que os padres viessem a construir uma igreja no local. Moradores de ambas comunidades deviam circular pela área com razoável freqüência. A atual Rua da Graça, que tem o seu final no Largo da Vitória, deveria ser o caminho mais usado, dessde que mais fácil. Existia claro uma comunicação com a Vila Pereira por onde é hoje a Ladeira da Barra, mas havia problemas de circulação que serão analisados e estudados posteriormente. Há novidades! Parece que a coisa era fácil até onde hoje está localizada a Igreja de Santo Antônio da Barra. Daí para baixo, havia complicação, aliás, muita complicação. Mas porquê uma igreja tão afastada? Primeiramente, não devemos esquecer que o Largo da Vitória e a sua igreja não fizeram parte dos planos de construção da Cidade de Salvador de Tomé de Souza e Luiz Dias. A coisa é bem antes como já vimos. Contudo, ainda àquela época havia a tendência de se construir os chamados largos de igreja. Abria-se um espaço em qualquer lugar e logo surgia uma igreja! E será que a Igreja da Vitória é mesmo desse tempo (1534)? Parece que sim! O comprobatório maior desse fato é uma lápide sepulcral existente na sacristia da igreja de um senhor chamado Affonso Rodrigues com os seguintes dizeres: “Aqui jaz Affonso Rodrigues natural de Óbidos, o primeiro homem que casou nesta igreja, no ano de 1534, com Magdalena Álvares, filha de Diogo Álvares Correa, primeiro povoador desta capitania. Faleceu o dito Affonso Rodrigues, no ano de 1561. Para os juízes do Santíssimo Sacramento da Victória". Claro que a igreja que hoje conhecemos não é a mesma daquele tempo. Ela foi se modificando, se consolidando por assim dizer em termos estruturais. Em 1552 foi designada como “paróquia” pelo 1º Bispo D. Pedro Fernandez Sardinha. Foi reedificada por João Correia de Britto e Manoel de Figueredo. O sobrinho desse senhor que era capitão de Mar e Guerra do Galião N.S. de Pópulo, deu o acabamento final em 1666 (Fonte IPAC). Em 1809 foi novamente reedificada pela Confraria do Santíssimo Sacramento e Benfeitores. Por fim em 1910 sofre nova reforma. O Largo da Vitória tem também seu nome oficial: chama-se Praça Rodrigues Lima, personalidade que foi Governador da Bahia entre 1892 e 1896. Foi sucedido por Luiz Viana. Seu nome completo era Joaquim Manuel Rodrigues Lima. Era natural de Caitité. Nasceu em 4/05/1845 e morreu em 18/12/1903.
Rodrigues Lima

A seguir fotos da bela igreja em diversas fases:

1890

1915

1920

Atualmente

Sua estética foi reformulada para uma linguagem neoclássica em 1910, quando já predominava o movimento do ecletismo.Em sua fachada branca, repleta de talhas, frisos, guirlandas e festões, encontra-se o clássico frontão triangular greco-romano, sobre colunas. Seus altares guardam grande acervo de imagens barrocas. Suas paredes são adornadas com afrescos dos Passos da Paixão. 4 lápides no interior da igreja foram inscritas, em 1938, no Livro de Tombo das Belas-Artes.

domingo, 27 de março de 2011

CORREDOR DA VITÓRIA

O nosso andarilho encontrava-se no Campo Grande e vislumbrou ao seu lado direito – lado do mar – uma trilha que devia  se dirigir para a Vila Pereira. Vamos imaginá-la mais ou menos assim:

  Aqui vale fazer um parêntese e lembrar que o tal andarilho partiu da Porta de Santa Luzia na atual Praça Castro Alves e veio andando por aí. Precisava ir à Vila Pereira na atual Barra. Pegou inicialmente a Avenida Visconde de Mauá, Rua Democrata, talvez Largo 2 de Julho, subiu os Aflitos e pelas alamedas do Passeio Público alcançou o Campo Grande. Claro que estamos usando os nomes dos diversos lugares como os conhecemos hoje. Não há outra forma de nos situarmos. É a didática da coisa.

  Representação: a trilha encontrada está representada pelo traço marrom. Em verde são as encostas do Unhão do lado do mar e do Vale do Canela do outro lado. . Um autêntico corredor. Muito mais tarde tornou-se da Vitória das forças libertadoras que marcharam através dele. A sua ocupação nos tempos atuais deu-se, primeiramente, (fins do Século XIX a principio do século XX) por grandes residências com feições distintas daquelas observadas no antigo Centro Histórico. Esses imóveis pertenciam a prósperos negociantes do Pilar e Comércio, fazendeiros e senhores de engenho, bem assim a estrangeiros que trabalhavam no setor de importações - Não nos esqueçamos que Salvador era um dos maiores centros comerciais do hemisfério sul.

 
O Corredor da Vitória como era antigamente



Corredor da Vitória - ontem

Corredor da Vitória - hoje

Mais atual já com os bondes. A seguir, algumas das casas que ainda resistem:





Naturalmente, há de se pensar que o Corredor da Vitória teria sido um balneário como aconteceu, por exemplo, com a península de Itapagipe. Não foi? Determinados indicativos apontam em sentido contrário. Primeiro deles é a posição das casas do lado direito do corredor. Todas foram construídas com o fundo voltado para o mar - frente para a rua. A parte de trás era ocupada por grandes quintais onde se plantava e até se criava pequenos animais. Geralmente o espaço era finalizado com um simples muro. Mas o mar não era uma atração como é hoje? Não era mesmo. Àquele tempo toda a sujeira produzida na cidade alta era jogada no mar. Os esgotos tinham sua boca de saída justamente no mar. Isso perdurou até metade o século XX ou até mais, aí pelos anos de 1968/70. O Corredor da Vitória não era uma exceção. Quando a coisa melhorou – saneamento básico - começaram a construção dos grandes prédios que hoje dão ao Corredor da Vitória toda a singularidade de uma super metrópole. É o metro quadrado mais caro da cidade, custando em torno de R$7 mil e em pouco tempo chegará aos R$10 mil. Chega a surpreender ao turista menos avisado que vem a Salvador para ver o Centro Histórico e ao se dirigir para a Barra para ver outras coisas de antigamente, depara-se com um tecido urbano só comparável ao das cidades mais modernas do mundo e se for verificar os fundos do mesmo, vai se surpreender ainda mais – periféricos moderníssimos e píeres luxuosíssimos. Neles estão atracadas lanchas e escunas do mais alto gabarito.

  Mas o Corredor da Vitória não é uma área tombada? É e não é, como se costuma dizer nas questões duvidosas. De efetivo, sabe-se que somente em 2007 o IPHAN aprovou o tombamento da Igreja da Vitória. Consequentemente, toda a área em torno num raio de 300 metros, considera-se como também tombada. Esses 300 metros atingem grande parte do corredor. De não efetivo, sabe-se que em 1998 o IPHAN recebeu do Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas do Estado da Bahia uma solicitação de tombamento de 17 construções distribuídas entre a Rua da Graça, o Largo da Vitória e o próprio Corredor da Vitória. Isto provocou uma grande celeuma nos meios jurídicos, mas ao que se sabe, o processo de tombamento que levou o número 1.451-T-99, referente ao conjunto conhecido como “Corredor da Vitória”, foi arquivado em 26 de maio de 2004. Nada feito, portanto, contudo, toda esta celeuma provocou algum receio nos meios empresarias da contrução civil. Como resultado, algumas das antigas residências foram mantidas e se construiu ao fundo ou ao lado delas cada um dos edifícios. As residências “preservadas” passaram a funcionar como salão de recepção, sala de ginástica, mesmo uma sofistificada portaria. Um dos casos mais notórios é o prédio denominado Mansão dos Cardeias ou Morada dos Cardeais – é a mesma coisa. Fica ao lado do antigo prédio onde morava o arcebispo de Salvador. Chamava-se Casa do Arcebispado ou do Arcebispo. Vejam como ficou:

 

Mansão dos Cardeais

Chocante, não? Extraordinário, dirão outros. Belíssimo! Lembra bem o livro “Gulliver na Terra dos Pigmeus”. O mesmo vai acontecer no espaço onde existia a Mansão Wildberger, bem atrás da Igreja da Vitória.
Maquete do edificio que se construirá no Largo da Vitória. O prezado leitor poderá pegar uma lupa para tentar localizar a “igrejinha” não sei quantas vezes centenária. Fica ao fundo.

 
. Mansão Wildberger
Totalmente destruida. O arco da entrada principal resistiu aos tratores, como a dizer: “daqui não saio, daqui ninguém me tira” segundo famosa marchinha de Carnavais passados.

Igreja da Vitória


 

Vista aérea do local, ainda com a Mansão Windberger entre as árvores. A igreja é o prédio com amplo telhado.

sexta-feira, 25 de março de 2011

HOTEL DA BAHIA E TEATRO CASTRO ALVES – ELEMENTOS DE UM GAMPO GRANDE

Dois importantes componentes têm a Praça 2 de Julho, o nosso Campo Grande: o Hotel da Bahia e o Teatro Castro Alves, o primeiro idealizado no governo de Otávio Mangabeira e o segundo no governo de Antônio Balbino.

O Hotel da Bahia veio preencher uma lacuna no ramo hoteleiro de Salvador. Àquele tempo, 1950, Salvador possuía apenas dois hotéis com alguma qualidade: o Pálace Hotel e o Hotel Meridional, ambos na Rua Chile.

Mangabeira então idealizou o Hotel da Bahia e os arquitetos Diógenes Rebouças e Paulo Antunes Ribeiro fizeram o projeto. Foi inaugurado em 24 de maio de 1952.

Há de se registrar um comentário feito por determinado jornal da época: “para que um Hotel tão grande? É um desperdício do dinheiro público”.

Gente como esta fez comentário com o mesmo viés quando ACM construiu a Avenida Paralela: “para que uma avenida desta? Não tem nem saídas”.

Nunca esquecemos esses comentários. Não imaginávamos que um dia poderíamos usá-los para exemplificar a estreiteza de pensamento de uma crítica perniciosa aos interesses de uma comunidade.

Foi reformado em 1970 e em 1978 enfrentou sua primeira crise. Reabriu em 1984 após nova reforma. O Hotel da Bahia foi projetado pelos arquitetos Diógenes Rebouças e Paulo Antunes Ribeiro. Sua construção deve-se ao Governador Otávio Mangabeira e foi inaugurado em 24 de maio de 1952. Foi reformado em 1970 e em 1978 enfrentou sua primeira crise, tendo sido fechado. Reabriu em 1984, completamente reformado e ampliado.

Há dois ou mais anos voltou a fechar e agora deverá retornar a funcionar sobre nova gestão que promete um hotel mais luxuoso e funcional.


Hotel da Bahia -Hoje Sheraton

Sua antiga e bela piscina
Painel de Genaro de Carvalho

O hotel possuia diversos painés e outras obras artísticas. Está indo tudo a leilão no presente momento.



Teatro Castro Alves

Um dos mais modernos teatros do País, foi construído em 1958 e sofreu um incêndio dias antes de sua inauguração। Sua recuperação foi concluída em 1967. Vinte e nove anos depois o teatro passou por uma reforma completa e ganhou os mais modernos equipamentos cênicos.

Em verdade, o projeto de construção desse teatro já estava previsto desde 1947 quando Anisio Teixeira era secretário de educação, contudo só em 1951, já no governo de Antônio Balbino (1955/1959) tem andamento as obras, Em 1958, cinco dias antes de sua inauguração (9 de julho de 1958), sofre um incêndio sendo finalmente inaugurado em 1960.

Diversos projetos foram elaborados para a sua construção. O primeiro deles pelos arquitetos Rocha Miranda e Souza Reis (1948). Após o incêndio, novo projeto foi desenvolvido, agora da autoria de José Bina Fonyat Filho e Humberto Lemos Lopes.

De relação ao incêndio contam-se histórias incríveis. Uma delas de que o incêndio teria sido criminoso. Foi descoberto um grave erro de construção. O prédio não possuía um tal de pilar em V sem o qual poderia desabar. O fato é que, na sua reconstrução o “bendito” pilar, como foi chamado na época, foi introduzido.
Vejamos o que é um pilar em V e o que os engenheiros dizem sobre eles:



Pilar em V


Falam os engenheiros: “Os pilares são definidos como elementos estruturais lineares de eixo reto,usualmente dispostos na vertical, submetidos predominantemente à flexocompressão.Os pilares são os elementos principais do sistema estrutural de um edifício, uma vez que participam diretamente da estabilidade global do mesmo. Por esse motivo, o projeto desses elementos consiste numa tarefa de granderesponsabilidade para o engenheiro estrutural.”

Ficamos por aqui ou não? Não! Para amenizar a coisa será que o prédio onde mora a nossa belíssima e extraordinária cantora Ivete Sangalo tem pilar em V? Ele fica em frente ao teatro, do outro lado da praça.


Esse prédio com certeza não tem pilar em V. Fica no entorno do largo


Nem este! Antigamente era a sede do Cruz Vermelha।

Para amenizar mais a questão, vamos retratar a beleza com elementos do largo:


Flor de Acanto


Banho de folha de Pau Brasil.O teatro merece!


O negócio é beleza!


A inocência em pessoa tem lugar!

quinta-feira, 24 de março de 2011

MONUMENTO AO 2 DE JULHO

BAHIA
ANNO DE MDCCCLXXXXV
AOS HEROES DA INDEPENDENCIA A PATRIA AGRADECIDA
IN PERPETUUM VIVERE INTELLIGITUE QUI PRO PATRIA CECIDERUNT

(Essas são as inscrições com maior destaque existentes no monumento em homenagem ao 2 de julho, data magna da Bahia)

O majestoso monumento, erigido em homenagem à independência da Bahia, localiza-se no Largo do Campo Grande e tem como símbolo principal "O Caboclo", que representa um ato de afirmação de identidade, nacionalidade e liberdade. Compõe o monumento um pedestal de mármore de Carrara, formado por dois corpos e escadarias do mesmo material.
Assentado sobre o pedestal, ergue-se uma elegante coluna de bronze, da ordem corintia, encimada garbosamente pela figura de um índio armado de arco e flecha, simbolizando o Brasil. Medindo exatos vinte e cinco metros e oitenta e seis centímetros, o Monumento ostenta alegorias, símbolos e quadros que representam batalhas campais, nomes dos heróis que trabalharam em prol de nossa emancipação, os principais rios da Bahia: "o São Francisco" e "o Paraguaçu" - "a Cachoeira de Paulo Afonso" e outras tantas representações.
O monumento possui, em seu perímetro, um passeio de mármore de Carrara formado por mosaicos em variadas cores, fechado por um gradil de ferro fundido, onde figuram, em baixo relevo, as armas da República e da Cidade. Um segundo passeio, com orla de cantaria e mosaicos em mármore preto, cinza e branco circula o anterior, onde foram montados oito bem trabalhados candelabros em ferro fundido, com sete metros de altura, encimados por quatro grandes globos redondos.

Capitel coríntio. Vitruvius descreve a ordem Coríntia como inventada por Callimachus, um arquiteto e escultor que se inspirou em um cesto de acantos.
Acantos são plantas da familia Ancantáceas, cultivada ou espontânea, com flores branco-rosadas em forma de espiga

Acanto

Outro acanto

Colunas coríntias – Templo de Zeus


Globos redondos

Candelabros monumentais



Monumento ao 2 de Julho

Há um fato curiosíssimo sobre a instalação desse monumento. Os governantes da época não sabiam com certeza onde colocá-lo. O jornal Diário de Notícias para ajudar, procedeu a uma enquete popular. Eram candidatos os largos: Praça dos Mártires, Campo do Barbalho e o Largo Duque de Caxias, que era o antigo nome do atual Campo Grande. Venceu o Campo do Barbalho com 16.191 votos, contra 8.251 da Praça dos Mártires e 7.846 votosd para o Campo Grande. Decisão final da Prefeitura: “ O monumento será colocado no Largo Duque de Caxias (Campo Grande) ”. O pessoal do Barbalho e do Santo Antônio não deve ter gostado. Detalhe: esses dois bairros já eram super-habitados. O Campo Grande não tinha nada. Diz-se que servia de campo de treinamento para os soldados que serviam no Forte de São Pedro. É aquele velho ditado: “os últimos serão os primeiros”.
Por fim foi inaugurado em 2 de julho de 1895. Sem dúvida que isto impulsionou o crescimento da cidade para estes lados.
A seguir as diversas alegorias do monumento: