terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

PELOURINHO

Pelourinho em Salvador significa dizer o atual Centro Histórico, desde a Praça Municipal ou até mesmo antes (Praça Castro Akves), até às ruas sinuosos de Santo Antônio Além do Carmo.

Antigamente, até década de 1950, contudo, se alguém disesse – vou ao Pelourinho – estava se referindo especificamente ao Largo do Pelourinho, à Ladeira do Pelourinho, no máximo, até à rua que margeia a lateral da antiga Faculdade de Medicina, bem como a outra que lhe é paralela. O restante era, peremptoriamente, Terreiro de Jesús, Praça da Sé, Rua da Misericórdia, Praça Municipal e por aí afora.

À partir do ano de 1990 quando se deu a primeira reforma de seus casarões e ruas e se tornou Patrimônio Cultural da Humanidade, além de outros títulos, o Pelourinho abrangia praticamente todo o Centro Histórico de Salvador, acima citado.

Hoje, “vou ao Pelourinho” não signfica apenas à ladeira que lhe é peculiar e sim todo aquele aglomerado de casas, praças e ruas do centro alto de Salvador.

O nome Pelourinho significa “o local público onde se cumpriam os atos aos quais devia ser dado público conhecimento; era uma espécie de “Diário Oficial” verbal decorrente do Direito Romano. Assim, alí eram aberto os “pelouros”, que, por sua vez eram bolas de cera as quais continham os votos dos Vereadores, secretos até sua abertura e ali o resultado das votações eram tornados públicos, cumprindo o principio da publicidade dos atos adminstrativos e só passavam a vigorá após isso”.

Esta é a descrição como que “oficial” do que é um Pelourinho. Ao longos dos anos, entretanto, a palavra Pelourinho foi se depreciando em razão de interpretação errônea do seu sigfnificado histórico, passando a ser considerado como instrumento de punição e tortura exclusivamente escravagista. Não era! Também os criminosos não escravos eram punidos nos pelourinhos das cidades de todo o Brasil e do mundo.

Ao rigor da referida interpretação, dever-se-ia também extinguir a palavra “pelourinho” desde que ela significa justamente local de tortura. Seria melhor instituir oficialmente o nome Pelô, mais de acordo com o sábio jeito baiano de simplificação das coisas e beleza das palavras.

Poder-se-á pensar que só em Salvador existiram “pelourinhos”. Não! Em muitas partes do Brasil se fizeram “pelourinhos" como em Mariana em Minas Gerais e Alcântara no Maranhão, até hoje preservados.


Pelourinho de Mariana – Minas Gerais


Pelourinho da Cidade de Alcântara no Maranhão


Em Portugual existem centenas deles, bem conservados. Um dos mais espetaculares é este:

Pelourinho de Bragança

Assentado sobre uma figura zoomórfica, um berrão, conhecida com a “porca da vila”
Bragança - Portugal

Normalmente, contudo, os pelourinhos são encimados por uma esfera armilar ou por uma esfera esculpida em pedra.

O de Salvador que o autor conheceu, não tinha nada disto. Era um pedaço de pedra de aproximados 80 centímetros de altura com uma curvatura na parte superior. Ainda aí, existia uma argola de ferro. Horrível! Ficava bem ao meio da ladeira na parte à direita de quem sobe.

Seguindo a mesma orientação urbanistica do Terreiro de Jesus, também no Pelourinho as casas foram construidas nas laterais do largo, não se permitindo a construção no seu interior (miolo) como aconteceu na Sé.


Pelourinho

Aqui também morou a aristrocacia da época



Pelourinho

Uma das ladeiras de acesso ao Pelourinho

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