quarta-feira, 28 de outubro de 2009

HUMAITÁ - CÉU DE ESTRELAS

Fizemos um longo trabalho sobre a Ponta do Humaitá. Anexamos fotos da Igreja, do Farol e do casarão construído em 1619. Esquecemos de mencionar que entre os anos de 1950 a 1960 funcionou no local o Clube de Iates de Itapagipe, uma agremiação voltada para as atividades náuticas.
Tinha uma Comodoria então exercida pelo Dr. Heimar Barata e o autor desse blog era o vice-comodoro. Carlos Carneiro, diretor da Revista Náutica era um grande colaborador. Hider Teixeira que era Presidente da Bahia Pesca, veiculada à Secretaria da Agricultura, também colaborava. Sua freqüência era das melhores. A juventude da classe média o freqüentava com assiduidade, inclusive os filhos de oficiais que moravam em Monte Serrat.

Não era um clube “brega” como acabamos de ver num determinado site e “que se ia lá para dançar”. Realmente o clube fazia suas festas custeadas com a venda de mesas a famílias da localidade. Eram disputadíssimas! As principais orquestras da época tocaram nessas festividades. Foram noites memoráveis!
No dia 1º de cada ano, o clube promovia um Grito de Carnaval, como era chamado naquela época, integrando-se às festividades ao Senhor dos Navegantes. Esclareça-se que os “gritos de Carnaval” eram promovidos em todos os clubes da cidade, inclusive nos mais sofisticados como Associação Atlética da Bahia e Clube Baiano de Tênis. Todos eles memoráveis! Era moda naquela época. E como eram sensacionais!


O clube tinha um quadro de associados que pagavam suas mensalidades. Cada qual tinha sua carteira e só tinha acesso ao clube as pessoas portadoras do documento ou a convite de um associado, como é praxe até hoje em dia. Havia um estatuto. Procurava-se obedecê-lo!
Clube de Iates Itapagipe

Feitos os devidos esclarecimentos sobre o clube em si, precisamos também “consertar” uma informação dada no mesmo site de relação ao nome Humaitá. Foi dito que “a palavra Humaitá não é uma palavra antiga e que não significa nada”.
Pelo amor de Deus! A palavra Humaitá tem um significado e um significado bem interessante e sugestivo. Quer dizer “céu de estrelas” em tupi-guarani. Por coincidência ou não, a principal rua da hoje chamada Pedra Furada, chama-se Rua da Constelação, do céu de estrelas, de Humaitá, portanto.
Aliás, diga-se de passagem, todo esse conjunto entre a Igreja de Nossa Senhora de Monte Serrat e até a última casa da Pedra Furada, chama-se Humaitá. A Ponta do Humaitá é um dos seus destaques. A Pedra Furada é outro. Traçando uma linha reta entre a Ponta do Humaitá e o final da Rua da Constelação temos 790 metros. Com as curvas e reentrâncias passa de 1 km.

Humaitá - Traçado em vermelho

O nome Pedra Furada se originou de um minadouro de água doce potável, existente na localidade. Sua água vem de um aqüífero localizado pouco acima. Diz-se que esse minadouro teria sido beneficiado pelo pecuarista Amado Bahia que tinha uma unidade de abate de carne na Pedra Furada. Havia necessidade de muita água. O abatedouro não existe mais, mas o aqüífero ainda está lá bem como o famoso e inusitado minadouro. Ainda servem à comunidade.

Aquífero de Pedra Furada

Pedra Furada minando água
Não se pode conter os pensamentos!
Esse minadouro fica há cerca de 70 metros abaixo do aqüífero. Apesar de mal cuidado, tem uma serventia enorme para a comunidade. A água brota sem cessar!

O minadouro está dentro dessa casa. Pode?

“Ela corre de uma pedra furada”, diz a população, daí o nome de Pedra Furada dado ao local. Não podia ser outro! A segunda principal rua da localidade é a mesma onde se encontra o aqüífero Amado Bahia, pode ser assim denominado. A principal rua não podia deixar de ser a Rua da Constelação, a nossa Rua das Estrelas, com frente para o mar que se vê ao fundo. É uma rua cercada por construções de baixa qualidade e nenhum ordenamento.

Principio da Rua da Constelação
Rua da Constelação já com vistas da Ponta do Humaitá
 
Bons restaurantes em termos de peixe e siri boia
Este é o de Tia Maria


Pedra Furada em hora de máre cheia




Pedra Furada em hora de maré vazia.




Rua da Constelação!
Rua Rio São Francisco- Um dos poucos acessos

Devidamente esclarecidas as dúvidas a respeito de Humaitá, seu antigo clube e sua denominação, não podemos deixar passar a oportunidade de rever os casos de agressão ao patrimônio público por parte de alguns moradores. O assunto é importante, por isso estamos a repetí-lo, acrescentado mais alguns detalhes.

Primeiramente, o caso ou a casa desse proprietário na Ponta do Humaitá:



Um andar superior sobre a antiga casa - Uma cobertura!
 
Agrediu seriamente a harmonia e a estética da fileira de casas existente na Ponta do Humaitá. Aliás, em Itapagipe isto está se tornando uma praga. Vejamos outro caso seriíssimo nas imediações do Largo do Bonfim, uma área também tombada.

Pombal à direita das grandes casas do Bonfim
Aliás são dois. Como é que deixam?
Pombais e a Igreja - Será que combinam?

                                             Os proprietários desses imóveis fizeram  o tal do pombal.  São enormes.  Sabem onde ficam? Ao lado da Igreja do Bonfim, uma área tombada.
 
Já o proprietário do imóvel à esquerda, dono do Espaço Cultural do Bonfim, foi mais sugestivo. Deu ao seu bar, cujas mesas se vê atrás do gradeado, um nome que “confunde” a humanidade. Muito bom!

O segundo caso de agressão à Ponta do Humaitá se deu por determinada pessoa que construiu um pequeno apartamento entre a casa de 1629 e as que se enfileiram ao longo da Rua Monte Serrat.



Para tanto, ele aproveitou uma parede que se construiu num dos lados da grande casa para sustentação do referido apartamento.

Na foto acima, vê-se uma coluna embutida na parede. Mais cinco dessas colunas faziam parte desse lado onde se encontra hoje a referida parede. Foram todas demolidas. A casa que tinha quatro lados avarandados, hoje só possui três. Um pequena supressão. Nada mais, nada menos, haverão de dizer. Para que servia? Nada de importante!













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